Crimes Digitais

O Algoritmo da Exploração: Felca Mostra Como Conteúdo Infantil é Amplificado

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Imagem gerada por Inteligência Artificial

Em uma denúncia investigativa e contundente, o criador de conteúdo Felca expôs um ecossistema sombrio que opera abertamente nas redes sociais, onde a monetização e a busca incessante por engajamento levam à adultização, sexualização e exploração criminosa de crianças e adolescentes. Estruturando seu vídeo como um funil, ele guia o espectador desde práticas questionáveis até crimes explícitos, conectando casos como o do influenciador Hytalo Santos a uma rede de predadores que se aproveita da vulnerabilidade infantil e da negligência das plataformas.

O Início do Funil: A ‘Adultização’ e o Desprezo pela Infância

Antes de mergulhar nos casos mais graves, Felca contextualiza o problema com a crescente onda de “adultização”, exemplificada pelos chamados “empresários mirins”. São crianças e adolescentes que, influenciados por uma cultura de empreendedorismo digital, adotam discursos de adultos, criticando a escola e a educação formal por não serem úteis para seus negócios online. Em suas falas, a escola “complica a vida do empreendedor”, e o sucesso é medido em ganhos financeiros diários, como os “seis mil reais pela primeira vez no dia” feitos durante um culto na igreja. Essa mentalidade, segundo a denúncia, estabelece a base para que a infância seja vista como um obstáculo, e não como uma fase a ser protegida.

Caso Hytalo Santos: Um ‘Reality Show’ de Exposição

A denúncia se aprofunda ao focar no influenciador Hytalo Santos, a quem Felca acusa de criar uma espécie de “reality show” macabro. O formato consiste em reunir crianças e adolescentes, muitos no auge da puberdade, em uma casa, longe de seus pais, para produzir conteúdo. Nesse ambiente, são incentivadas dinâmicas adultas, como o “shipp” (torcida por casais), e a exposição constante de suas relações e intimidades.

O caso da jovem Camilinha é o pilar da acusação. Ela entrou para o círculo de Hytalo aos 12 anos e teve toda a sua pré-adolescência e adolescência moldada nesse meio. Felca argumenta que Hytalo percebeu que “quanto mais era mostrado da Camilinha, em todos os sentidos, mais se retornava em números”. Isso levou a uma escalada na exposição:

  • Sexualização Explícita: Cenas da jovem, aos 16 anos, dançando de forma sensual no colo de outro menor em um ambiente com álcool, enquanto adultos riem e filmam.
  • Performances para Adultos: A adolescente é mostrada fazendo shows com danças sensuais para um público adulto que pagou para vê-la.
  • Exposição Médica: Aos 17 anos, ela teve seu pós-operatório de um implante de silicone filmado e divulgado enquanto estava dopada.

O Trauma Como Conteúdo: O Caso Bel para Meninas

Para mostrar que a exploração não é um fato isolado, Felca relembra o caso “Bel para Meninas”, onde a busca por engajamento “extrapolava a normalidade”. O famoso trecho em que a criança diz “Mãe, vou passar mal” enquanto é aparentemente forçada a fazer algo é usado para ilustrar um ponto ainda mais profundo: o trauma duradouro. Felca destaca que, para além dos vídeos, a criança teve que lidar com processos judiciais, exposição massiva na TV e o ódio da internet, o que gerou uma adolescente traumatizada que até hoje lida com as consequências.

O Algoritmo e a Comunidade de Predadores

A denúncia atinge seu ápice ao revelar como predadores usam as próprias ferramentas das redes sociais para encontrar e compartilhar conteúdo de exploração. Felca demonstra na prática como o algoritmo pode ser condicionado: ele cria uma conta do zero e, com poucos likes em conteúdos sugestivos, seu feed é inundado por vídeos de crianças em poses sexualizadas.

Nesse ambiente, criminosos se comunicam por códigos nos comentários de perfis infantis:

  • “Trade” ou “Troca”: Um pedido direto para trocar material pornográfico infantil.
  • “Link na Bio” ou GIFs: Direcionam para grupos privados no Telegram, onde o material, chamado de “CP” (Child Porn), é compartilhado.

Assim, perfis de crianças, muitas vezes com conteúdo inocente, são transformados em pontos de encontro para pedófilos de todo o mundo, que se aproveitam da falta de moderação das plataformas.

O Fim do Funil: Quando os Pais se Tornam Cúmplices

O caso mais extremo apresentado é o da adolescente Caroline Dreher. A exploração teria começado aos 11 anos com danças inocentes, mas, segundo a denúncia, a mãe da menina passou a atender aos pedidos de homens adultos nos comentários, produzindo conteúdo cada vez mais explícito. A situação chegou ao ponto de a mãe criar um grupo VIP no Telegram para vender conteúdo pornográfico da própria filha, então com 14 anos, incluindo vídeos dela tomando banho e se envolvendo com homens.

Felca encerra com um apelo desesperado, afirmando que a culpa por esse sistema recai sobre a ganância de pais perversos e, em grande parte, sobre as redes sociais que permitem que tudo isso aconteça abertamente. Ele clama por mudança e pede: “Protejam suas crianças”.

Assista à denúncia completa

Tags: Algoritmo de Recomendação, Conscientização, Denúncia, Felca, Hytalo Santos, Proteção da Infância, Redes Sociais, Responsabilidade das Plataformas, Segurança Digital
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